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Foto do escritorRedação Europa

Seis histórias de quem sonha fazer carreira nos ralis

Seis histórias de quem sonha fazer carreira nos ralis

Era uma vez seis miúdos que ansiavam um dia vir a fazer carreira nos ralis e, um bom par de anos mais tarde, encontraram a porta aberta para tentarem lá chegar, através do FPAK Júnior Team, o projeto inédito desenhado pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting para apoiar e dinamizar a carreira de jovens pilotos. Nesta época de 2024 são seis os “eleitos”, oriundos de diferentes regiões do país, e cada um deles tem a sua história, alicerçada nos seus antecedentes familiares nos desportos motorizados ou na forte identidade desportiva da região em que nasceram.


Dois engenheiros mecânicos, dois técnicos especializados da área automóvel, um comercial também das quatro rodas e um estudante de Direito formam a “turma” do FPAK Júnior Team 2024 que iniciou a sua época em junho, no Rali de Castelo Branco. Este foi o primeiro de cinco “exames” para se saber quem será, em finais de outubro, o sucessor de Pedro Pereira, cumpridas as cinco provas calendarizadas. A segunda e próxima etapa (31 agosto/1 setembro), dentro de pouco tempo, é o 11º Constálica Rallye Vouzela e Viseu.


“Tinha 12 anos quando comecei a seguir o meu pai [Rui Santos], que competia em ralis regionais. Eu era o fotógrafo da equipa e depois também o responsável pelos vídeos, porque o meu irmão [Francisco Santos], que tinha cursado multimédia, entretanto passou a ser navegador do nosso pai”, conta Eduardo Santos (24 anos), o jovem piloto de Leiria. Mais tarde, ele próprio mudou-se para o volante, mas… de carrinhos de rolamentos, de cujo campeonato nacional foi vice-campeão em 2015 e campeão no ano seguinte. Já mais tarde, em 2018, rumou a Inglaterra para cursar engenharia automóvel durante quatro anos.


Foi co-piloto do pai em alguns ralis e também se estreou como piloto. Agora, no FPAK Júnior Team, tem outros horizontes: “A minha ambição é tentar, depois, sair de Portugal para disputar provas internacionais, sejam campeonatos ou troféus, se possível com um carro de topo”, diz este jovem engenheiro mecânico que já hoje presta serviços na área dos ralis através da sua estrutura Racing Together.


Pedro Silva (23 anos), nativo de Vila Nova de Gaia e estudante de Direito, é outro dos jovens cuja opção pelos ralis foi influenciada pelas “aventuras” do pai, também Pedro Silva de seu nome, ao volante de um Ford Escort MK II. Além do progenitor, um dos seus conselheiros e amigos que o ajuda nos ralis é António Pintado, ex-piloto nos Troféus Seat Marbella e Citroen AX nos anos 90 e há várias décadas radicado na Corunha. “O meu propósito é chegar o mais longe possível, mas isso apenas poderá ser uma realidade caso ganhe um troféu, abrindo caminho para ficar mais perto dos meus sonhos. Guiar um Rally2 seria o objetivo máximo… mais concretizável”, confessa o gaiense.


Especialista em mobilidade híbrida no ramo automóvel, Afonso Costa (22 anos) foi o vencedor da prova de Castelo Branco, ele nasceu em Famalicão, terra de numerosos pilotos e desde que vivenciou o entusiasmo pelos ralis tanto do pai como do avô ficou contagiado. Pilotos como João Silva ou José Araújo fazerem parte do seu leque de amigos. “Vou fazer tudo para tentar chegar, em termos de futuro, ao patamar mais alto do CPR, que é competir com um Rally2. O grande sonho era mesmo correr no WRC, embora, muito realisticamente, seja bastante difícil…”, assegura.


Seis histórias de quem sonha fazer carreira nos ralis

Sem antecedentes familiares nos desportos motorizados, desde tenra idade que Ricardo Rocha (24 anos), natural de Amarante, ouvia falar de ralis, muito por culpa do “Vinho do Porto”, a prova portuguesa do WRC que o seu pai tanto gostava de ver desde os tempos dos Grupo B e passava não muito longe de casa. “Aos 12 anos, por causa do Rali de Portugal fiquei fã dos VW Polo, na altura guiados pelo Ogier, o Latvala e o Mikkelsen”, recorda, confessando uma curiosidade: “Os carros com ferros no seu interior [arco de segurança] sempre mexeram comigo… É uma coisa que nasceu e vai morrer comigo”, diz este amarantino que se formou em engenharia mecânica e ainda como estudante da faculdade deu os primeiros passos, a nível profissional, no desporto automóvel como estagiário na Sports & You, sendo hoje freelancer da Racing 4 You. “Adorava, como piloto, chegar um dia ao WRC2, mas… tenho que ter os pés assentes na terra e primeiro necessito de vencer o FPAK Júnior Team para depois disputar a Peugeot Rally Cup em 2025. Quem me dera chegar ao Europeu ou ao Mundial… Toda a gente me achava maluco, mas a verdade é que este ano consegui entrar no FPAK Júnior Team, o que já foi ótimo”.


Técnico especialista em tecnologia e gestão automóvel, Tiago Santos (21 anos) nasceu na terra do atual campeão de Portugal de 2 RM (duas rodas motrizes), Gonçalo Henriques, de quem é amigo. “Há muitos pilotos de ralis em Vila Nova de Poiares, como o Armando Carvalho, o Jorge Carvalho e, mais recentemente, surgiu o Gonçalo Henriques, entre outros”, acentua o jovem conimbricense, que diz ter nascido já com “os automóveis no sangue”. Estreou-se nos ralis em 2021 (Citroen C1) e em 2023 já se ambientou ao KIA Picanto GT, antes da candidatura à iniciativa da FPAK. A ambição de Tiago é vir a sentar-se ao volante de um Rally2. “Era ótimo vencer o FPAK Júnior Team e depois chegar ao escalão máximo do CPR. Seria o concretizar de um sonho!”.


Bastante mais comedido nos seus anseios, Francisco Custódio (23 anos), natural de Santa Comba Dão e comercial do setor automóvel e de mobiliário em empresas da família, decidiu seguir as pisadas do pai [Rui Custódio], depois de o ver participar na edição de 2019 do Rali de Mortágua. “Surgiu a oportunidade de eu experimentar e… gostei”, recorda Francisco, que se estreou o ano passado com um Citroen Saxo no Rali de Cantanhede. Amigo do viseense Hugo Lopes e grande fã de Armindo Araújo, que segue desde os tempos do P-WRC, o beirão já só pensa chegar ao patamar em que se encontra aquele seu conterrâneo: “Neste momento, o que eu mais desejava era, um dia, conseguir correr ao mais alto nível no CPR de 2RM. Já me chegava. Não tenho, sequer, ambições a nível internacional!”.


Há uma nova fornada de potenciais campeões de ralis sendo desenvolvida, e que possa haver vontade, e capacidade, para que as empresas em Portugal apoiarem a realização destes sonhos!

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