Quando a Ford Lusitana gentilmente disponibilizou para teste a Ranger Raptor na versão equipada com o motor 2.0 EcoBlue de 16 válvulas, antes mesmo de sairmos para a estrada sabíamos que o produto era especial, pelas suas características e conteúdo, mas longe de nós imaginarmos o quanto ele foi surpreendente a todos os níveis.
E para testar uma pick-up em seu habitat natural, nada melhor que ir para um passeio de Todo-o-Terreno com alta exigência técnica, ultrapassando, em muito, o que o condutor comum faz com seu veículo. E foi isso que fizemos. Coincidindo nosso ensaio com o momento em que foi realizado o tradicional passeio 4x4 “Crato por Quatro”, organizado pela Câmara Municipal do Crato, no Alentejo, à qual agradecemos por gentilmente ter convidado nossa equipa para estar presente, o que permitiu levamos a pick-Up para encarar lama ao extremo e terrenos que mais pareciam pântanos, travessia de cursos de água, e vivermos momentos em que os limites longitudinais e transversais foram levados ao limite, e encarando o desafio com a nossa Ranger totalmente de série, como qualquer proprietário ao deixar para trás uma semana de trabalho e que decide partir para o desconhecido com a família no sábado pela manhã.
Mas ao estar presentes e tendo que ultrapassar os mesmos obstáculos que veículos preparados exclusivamente para passeios deste tipo, podemos ter a noção exata do quanto é especial e poderosa esta pick-Up da Ford, podemos também ouvir os comentários de quem vinha em outros veículos e elogiava o comportamento da nossa Ranger.
Mas ainda antes de falarmos do fantástico modelo da Ford, quero fazer o convite para que se inscrevam em nosso canal de vídeo no youtube, nele vocês podem acompanhar os bastidores dos nossos testes, vídeos sobre os produtos testados (muitos Shorts) e do mercado de automóveis, lançamentos, eventos em que participamos, além de seguirem conosco em nossas viagens por Portugal e pela Europa, podendo acompanhar as “confusões” da nossa equipa no dia-a-dia da Redação. No VIDEO BLOG – SOBRE RODAS, vocês ficam literalmente por dentro de tudo o que acontece, sem edição e sem cortes – É a vida real de uma equipa/família em movimento!
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O impacto visual de uma Pick-Up imponente
A Raptor é uma proposta que visualmente atrai olhares, pela sua postura robusta e imponente. O nome FORD preenchendo a totalidade da grelha frontal ou até mesmo o nome RAPTOR na lateral da caixa, a suspensão que deixa o veículo em posição bastante elevada, além do alongamento das cavas das rodas, são apenas alguns dos “detalhes” que entregam uma postura poderosa para nosso veículo.
Como principais dimensões destacamos os 3270 mm de distância entre eixos, comprimento de 5381 mm, largura de 1968 mm ou com espelhos de 2208 mm, além da altura de 1922 mm. Como referido, é notório seu posicionamento elevado em relação ao solo, com uma altura livre de 266 mm, sendo fundamentais os estribos laterais para auxiliar na entrada e saída de uma pick-up que é realmente alta.
Esteticamente a Raptor é um caso muito particular de acerto total. Desde o acabamento da carroceria nas cavas das rodas com peças em plástico rígido para proteger a área metálica, e que terminam este “recorte” de forma harmoniosa tanto no para-choques dianteiro como traseiro. A frente é outro acerto total do design, já que consegue transmitir robustez, ao mesmo tempo entregando um atraente e moderno conjunto ótico, com assinatura diurna em C e faróis em LED Matrix que se ajustam a diferentes tipos de condução noturna, sistema de luzes muito atraente e de muita personalidade que envolve o nome FORD de grandes dimensões e que é o destaque nesta imponente frente.
Também preponderante, mas desta feita na traseira, o nome RANGER em relevo ocupando toda a parte inferior da porta de acesso à caixa de carga, e imediatamente abaixo do logo Ford, centralizado, e ainda com a identificação RAPTOR na lateral direita superior. Tudo isso finalizado com autocolantes coloridos que harmonizam com os desenhos que acompanham o nome da pick-Up nas cavas das rodas traseiras. Já que falamos em traseira, referir que a área de carga é protegida por uma persiana que realmente isola a caixa do exterior e que serve verdadeiramente como um porta-malas evitando a entrada de pó ou água, por exemplo.
Também aproveitar para referir que a porta da caixa de carga tem um sistema que facilita a abertura de forma mais suave e com menos esforço, abertura que dá acesso a uma área que disponibiliza nada menos que 1233 Litros de espaço.
Não podemos deixar de falar das jantes de 17 polegadas em tom escuro e onde são instalados pneus de medida 285/70 R17 (deles falaremos depois), também elas contribuindo para o ar agressivo e desportivo da nossa Raptor
Interior de luxuoso SUV
O acerto da Ford é extensível ao interior, já que o habitáculo chama imediatamente a atenção através de inúmeros detalhes, primeiro as peças e acabamento em tom vermelho. Destacamos as saídas de ar-condicionado, volante e o acabamento dos bancos e encostos de cabeça e volante. A sensação é de que entramos no interior de um grande SUV desportivo, tal a sensação de que nos remete a desportividade, tecnologia e luxo. Um conjunto de soluções e itens que extrapolam muito o que é comum neste tipo de proposta.
A Ranger Raptor é totalmente focada em quem gosta de exclusividade.
Confirmando o que dizemos, não faltam, ar-condicionado bizona, bancos dianteiros de ajuste elétrico e sistema de aquecimento. Eles são de acabamento em pele e camurça, inspirados nos bancos de competição com apoio lateral, tipo baquet, são personalizados com a palavra RAPTOR em relevo e têm pespontos contrastantes em tom vermelho.
O volante, também ele aquecido, se destaca pelos detalhes em tom vermelho, como o marcador de posição central e que tem, logo atrás, as patilhas em magnésio para trocas de velocidade.
Tudo na Ranger está muito bem colocado e o console central é um bom exemplo disso, com um espaço para copos e a manete D+N+R logo ali ao lado, também ela com acabamento em pele, numa área onde ainda fica disponível o comando para o travão de estacionamento eletrônico e, principalmente, o sistema rotativo de escolha dos modos de condução e terreno, tudo muito prático, e deixando a área muito organizada, limpa e atraente.
Ao olharmos para o tejadilho são destaque uma série de interruptores para sistemas auxiliares disponíveis no pós-venda como sistema de barra de luzes exteriores ou reboques entre outras opções, tudo previamente preparado para uma rápida instalação.
Outra surpresa foi o painel de instrumentos digital de 12,4”, com diversas configurações, intuitivo e colorido, resultando numa leitura muito agradável e dinâmica das informações, sendo que ele muda de perfil de acordo com o modo de condução, além de poderem ser escolhidas as informações que queremos observar de forma predominante. Também o ecrã multifuncional de 12” com navegador incorporado é de fácil interpretação, além de estar ligado a um sistema de som premium B&O com 10 colunas em mais um item onde a Ranger Raptor extrapola o que estamos habituados neste tipo de proposta.
A posição de condução é típica de uma pick-up, com visão total do que está a nossa frente, e nem o capô de generosas dimensões nos tira a capacidade de percepção total de onde colocamos nosso veículo, isso ficou bem claro quando foi necessário passar por antigas e estreitas estradas ladeadas por muros de pedra e vegetação.
Antes de passarmos para a avaliação dinâmica, referir que não faltam recursos ao serviço da segurança e do conforto, sejam eles para utilizar numa rotina de condução em estrada e cidade, ou ainda se a vontade for por explorar as capacidades off-road do nosso veículo.
Câmara 360° com a opção de escolhermos, por exemplo, a visão frontal, que ajuda na passagem de obstáculos e é muito interessante na passagem de cursos de água mais elevados (a Raptor permite 850 mm) onde literalmente ficamos submersos e podemos ver tudo no ecrã da nossa multimédia.
Não faltam o carregador de telemóvel sem fio, reconhecimento de sinais de trânsito, tomada 12V na parte traseira, volante com controles de multimédia e de funções do painel de instrumentos, controle de cruzeiro adaptativo, sistema de estacionamento automatizado ou ainda direção evasiva e assistência pré-colisão, que podem mitigar as hipóteses de um acidente e a gravidade do seu resultado.
Deixando para vocês apenas alguns dos recursos que temos disponíveis, e para que a lista não fique muito extensa, ficou imediatamente claro que não sentimos falta de nenhum dos principais recursos que costumamos observar em SUVs de características premium.
Ford Ranger Raptor superou todas as expectativas, no asfalto e no off-road
Se a Raptor surpreende tanto no design arrojado e imponente quanto no habitáculo desportivo, tecnológico e confortável, luxuoso mesmo, já em seu comportamento dinâmico faltam palavras para definir o tamanho da evolução desta última geração da Ranger, particularmente nesta versão Raptor equipada com o motor 2.0 (1996 cm³) turbodiesel que entrega uma potência de 210 cv e binário de 500 Nm, e que antecipamos ser para nós a mais equilibrada entre as duas motorizações disponibilizadas, lembrando que a Ford em Portugal também tem em seu lineup a versão equipada com o motor 3.0L EcoBoost V6 a gasolina que entrega 292 cv.
Ao retirarmos a pick-Up da Ford, nossa equipa percorreu os habituais 230 km de estrada entre Lisboa e a nossa “base”, e logo nesse primeiro contato fomos surpreendidos. A fizemos a primeira escolha do modo de condução em que pretendíamos circular no asfalto, opção em que o veículo ajusta diversas parâmetros de forma eletrônica, da suspensão, a binário, ou até mesmo a forma como a caixa automática de 10 velocidades evolui de acordo com o movimento do pé direito. Tudo na Ranger é muito eficiente.
Em estrada a Raptor mais parece um SUV, de tão confortável e previsível que é seu comportamento, e nem mesmo os pneus de utilização mista, mas com um flanco lateral bastante alto como se pede a um veículo off-road, impactam no domínio total e no conforto da pick-up em estrada. Além disso fica claro que o tradicional som do rodar destas grandes “sapatas” é atenuado através de um ótimo isolamento acústico do habitáculo.
Mas já que falamos dos pneus, antecipamos desde já o que consideramos uma ótima escolha em termos de compromisso, já que permitem uma condução segura e confortável em asfalto, e no off-road, mesmo sendo uma escolha de necessário equilíbrio, se saíram muito bem em qualquer exigente situação a que submetemos a Raptor, tanto na lama extrema, quando em subidas e descidas de elevada inclinação e em que a capacidade de tração e domínio do veículo foi muito necessária, e sempre pudemos contar com um ótimo desempenho desta escolha da marca, lembrando que percorremos desafios ao lado de veículos que tinham pneus exclusivamente desenvolvidos para o off-road, o que só corroborou para qualificar de forma muito positiva a escolha feita pela Ford para equipar a Raptor.
No comando rotativo em que podemos escolher o modo de condução, optamos inicialmente por uma configuração mais econômica e que privilegia o conforto em estrada e economia de diesel, lembrando que no botão podemos optar pelos modelos de condução, Slippery, Sport, Mud/Ruts, Sand, Rock Crawl, e para uma condução aprimorada no off-road e que depois testamos ao limite, o modo BAJA.
Mas sua aparência de “Bruta”, não a impede de ser dócil e muito suave em estrada, com um conforto de fazer inveja a muito SUV que anda por aí, lembrando que esta versão vem equipada com uma suspensão FOX Performance que se adapta às necessidades, de acordo com o piso e condições da estrada no momento, entregando muito conforto em estrada além de muita capacidade no off-road, mais um item onde a Ford arrasou na escolha.
E foi também no asfalto que observamos que, além de suave e muito agradável de conduzir, ela consegue ainda entregar reações ágeis com o 0 aos 100 km/h a ser feito em 10,5s, e lembrando que estamos a falar de um veículo que tem um peso em torno de 2.500 kg.
Mas tínhamos preparado um teste de peso para a nossa Ranger Raptor ao encarar um desafio Todo-o-Terrenos que deixou claro para nós o quanto este modelo é capaz de ser utilizado em percursos mais exigentes, sem medo de encarar qualquer desafio, sendo uma proposta que de série mais parece um 4x4 de competição, tal a capacidade nos mais diversos cenários.
O desempenho que permite, através de seus ângulos de ataque, de saída e lateral, associados ao ótimo acerto de chassis bem como sistemas eletrônicos que controlam praticamente todos os componentes mecânicos além do motor turbodiesel de 16 válvulas, é algo que deixa (muito) para trás qualquer outro concorrente no segmento, lembrando que a Europa tem nas últimas décadas um histórico de veículos icônicos que sempre foram referência neste tipo de proposta, de marcas como Mitsubishi, Toyota ou Nissan que sempre tiveram uma palavra bem importante quando falávamos de capacidade de uma pick-Up.
No off-road, e optando naturalmente pelo modo de condução BAJA, o veículo liga a tração 4x4 de forma automática sempre que necessário, de acordo com o desafio encarado, o piso e a necessidade do momento. Os ajustes eletrônicos são feitos instantaneamente e são amplos. Do mapeamento da transmissão, a resposta do acelerador, ajustes na direção e definições da suspenção, além da travagem com o motor, ou ainda, o som que sai do sistema de escape, tudo isso é ajustado utilizando o modo BAJA que permite não só encarar percursos de terra a alta velocidade como superar desafios de elevada dificuldade com a opção pelo tradicional comando de transmissão em redutoras.
Ao longo do passeio para o qual a Câmara Municipal do Crato gentilmente nos convidou, permitindo assim a participação da nossa equipa em um dos mais tradicionais, exigentes e bonitos passeios de off-road organizados anualmente em Portugal, o “Crato por Quatro”, foram algumas as vezes que fomos abordados por quem observava os movimentos da Ranger Raptor e elogiava a sua dinâmica. Comentários como “atrás de vocês podemos ver como a suspensão dela é eficiente, onde o nosso carro pulava a Ranger ficava colada no chão” ou ainda, “vimos vocês passarem com a Raptor em todos os lugares com facilidade, quero muito comprar uma”, só para citar alguns que nos ficaram na memória ao longo de um dia em que além de explorarmos ao máximo a Ranger Raptor, podemos conhecer um Alentejo ainda mais bonito e irresistível.
Antes de falarmos do consumo, uma merecida referência para os travões, de disco ventilado (332 mm) nas quatro rodas, e muito eficientes, ao que ainda podemos juntar uma palavra final para a direção de elevada eficiência, seja na suavidade em condução urbana, ou ainda a precisão com que permite passar por qualquer trilha onde os obstáculos estão a milímetros de cada lado.
Finalizamos com a média em termos de consumo conseguida em nosso teste, que desta vez teve um perfil diferente, foi um percurso misto, mas onde dividimos a estrada com off-road, lembrando que aqui a tração integral andou muito tempo ligada, dezenas e dezenas de quilômetros feitos no modo de mais desempenho em terra, e que mesmo assim terminámos com uma média de 11,4 L/100 km, muito bom para a configuração do teste.
Conclusão do editor
A Ford Ranger Raptor foi uma das maiores surpresas a visitar a Redação da PUBLIRACING em 2024. Quando falamos surpresa, a razão para tal expressão é o tamanho da evolução em que se transformou esta última geração do modelo, particularmente nesta versão.
Do design exterior ao habitáculo e suas soluções, da engenharia aplicada no comportamento dinâmico, apoiada por sistemas eletrônicos de última geração, expressando a sua capacidade de entregar, tanto conforto, como desempenho em off-road.
Tudo isso deixou a Ranger Raptor um degrau (ou vários) acima da concorrência, e, olhando para o preço, podemos dizer, sem medo de errar, que ela vale cada cêntimo dos cerca de 75 mil euros que é o preço de referência nas concessionárias da marca em Portugal, já que passamos a ter na garagem um veiculo moderno, desportivo e que chama muito a atenção por onde passa. É também um luxuoso SUV para transportar com segurança, espaço e conforto a família, e ainda, um companheiro perfeito para momentos de lazer no 4x4, onde o limite será sempre superado a cada nova experiência.
Fotos: PUBLIRACING e CMC* (Câmara Municipal do Crato)
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